Ficou claro que teríamos que nos preparar muito para essa viagem. Não haveria tempo para tudo, mas alguns itens não poderiam faltar. Fomos iniciando cada parte de acordo com a prioridade.
Começamos por um rigoroso programa de preparação física. Com a ajuda do experiente preparador físico Renato Paiva, iniciamos um programa voltado a aumentar nossa resistência e força, além de tentar resolver problemas antigos, como alguns ombros e joelhos teimosos. Foi para mim uma grata experiência, pois mais do que uma preparação para um projeto específico, ficou a clara mensagem de que uma boa estrutura física é sinônimo de melhora na qualidade de vida. Outro ponto alto foram os exercícios na praia do Leblon. Além de criar uma excelente resistência, pois o trabalho na areia é muito pesado, a atividade ao ar livre nos dias de sol é simplesmente fantástica. Eu, Du e Renato nos divertimos bastante. Ao Renatão, fica aqui o nosso agradecimento. Saudações rubro-negras!
Outra atividade que começamos cedo foi a vacinação. Após algumas pesquisas, chegamos à Fiocruz. Lá conseguimos um bom suporte através do departamento de “Vacina do Viajante” do Hospital Dia. Após uma entrevista rápida, na qual mostramos o nosso roteiro previsto, saímos com a receita de uma série de vacinas: Febre Tifóide, Raiva, Dupla Viral, Hepatite A, Hepatite B, Poliomielite, Tríplice Viral, Cólera, Meningite e Febre Amarela. A partir daí foi somente correr atrás de cada uma delas. A maioria tomamos na própria Fiocruz.
Colocamos também como prioridade a realização de um curso de primeiros socorros. Pelo fato de que estaremos muito em estradas, não serão pequenas as chances de nos envolvermos, presenciarmos ou mesmos chegarmos a um local de acidente. Não se trata de visão pessimista, e sim realista. Ninguém coloca o cinto de segurança com o intuito de enfiar a cara em um poste. Com o curso, certamente aumentaríamos a nossa capacidade de lidar com situações de acidentes, então, lá fomos nós! Fizemos o curso na X-Divers, certificado pela PDIC. Foi bem divertido (no ar condicionado, somente simulando acidentes, é fácil!). Depois de dois dias de curso, entre slides e RCP's (reanimação cárdio-pulmonar), estávamos diplomados e detentores do título de “socorristas”.
Além destas atividades, fizemos outras de interesse, como: fotografia subaquática (instrutor Ary Amarante), mecânica e pilotagem, além de visitas ao dentista, alergista e a uma nutricionista.
O curso de pilotagem foi ministrado pelo instrutor João Bosco, da Rio Todo Terreno. No primeiro dia, fomos em Itaguaí, para aprender técnicas de direção em terrenos com bastante erosão e lama. É impressionante o que o carro é capaz de fazer! Subimos um morro muito alto, cheio de valas, que nos parecia completamente intransponível. E deu tudo certo! No segundo dia, fomos para Itaipuaçu, praticar na areia e nas dunas. Vimos o quanto o carro rende melhor na areia com a pressão dos pneus menor! Nos dois dias, utilizamos os equipamentos off-road (guincho, high-lift, Max Jack) para treinar técnicas de resgate, troca de pneus, etc. Foi muito proveitoso (apesar do calor intenso), principalmente para ganharmos confiança no Pezão e nos equipamentos!
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